terça-feira, 27 de julho de 2010

Especial “Cinquentona”

A Pílula anticoncepcional completa 50 anos; mais madura, porém jovial


 Uma Relação de confiança

Íntima, companheira para todas as horas, presentes nas maiorias das nécessaires, a pílula anticoncepcional chega aos 50 novinha em folha, mais experiente e mais reformulada do que nunca, pra sorte das mulheres que vivem em constante busca por independência e espaço na sociedade .

Com o surgimento da pílula, a mulher passou por um processo de mudança singular em sua vida profissional e pessoal. Isso provocou uma revolução social refletida atualmente na sociedade, seja pela opção de ter filhos de forma planejada, seja pela escolha por sua independência profissional.

O contraceptivo mudou a vida das mulheres



Um simples comprimido permitiu a mulher decidir sua melhor hora de engravidar. Essa possibilidade de auto-decisão fez toda diferença no papel social da mulher, principalmente, no que se refere por sua inserção no mercado de trabalho. 








"O anticoncepcional deu a mulher o poder de realizar, por exemplo, o planejamento familiar",vera


"Mais relação sexual sem preocupação de gravidez"
Vera Lúcia paulino de lima de 32 anos volta ao passado e recorda que antes a mulher não tinha muitas escolhas sobre o momento exato para ter um filho. “O anticoncepcional deu a mulher o poder de realizar, por exemplo, o planejamento familiar, a opção de ter quantos filhos achar necessário, quando antes isso estava apenas na mão dos homens”, argumenta ela, enfatizado que com a opção do uso das pílulas as mulheres passaram a ter muito mais relações sexuais sem preocupação de gravidez. 

Quem poderia imaginar que naquela época a descoberta da pílula poderia causar um impacto dessa dimensão na vida das mulheres hoje em dia. O contraceptivo radicalizou costumes e proporcionou a sonhada liberdade sexual.  

A mulher atual escolhe seu parceiro, decide quando querem filhos, dão prioridade a profissão, são mais estudadas e esclarecidas, sabem o que querem e como querem. E tudo isso graças à ajuda das pílulas anticoncepcionais aliadas, claro, as mudanças, político-sociais ao longo das décadas.


Década de 50 a invenção da pílula; década de 60 o início da liberdade sexual
A mulher empresaria, a industriaria, a motorista, a policial, a política, a professora, a mãe, a estudante todas têm muito o quê comemorar, pois no passado foi criado uma fórmula que ia mudar pra sempre a posição dela na sociedade. Surgido na década de 50 o contraceptivo abriu de uma vez por toda passagem para liberdade sexual.
A mulher atual desvinculou a maternidade do sexo
De dona de casa, no passado, hoje profissionais bem sucedidas. È comum hoje em dia vê mulheres que ocupam espaços antes destinados apenas para os homens. Todas essas mudanças lhes renderam prestígios e posições na escala social. Os números de filhos caíram, a liberdade pelo melhor momento de ter um filho imperou, separando de uma vez por todas o sexo da maternidade.



Redução de números de filhos; Influência dos métodos contraceptivos

"Poderia ter planejado "
Elaine Cristina dos Santos, 30 anos foi mãe aos 20 anos, jovem ainda para quem não tinha sequer terminado os estudos. Ela é mãe de duas crianças. Em 2000 os anticoncepcionais já eram vendidos facilmente nas drogarias. Porém Elaine avalia quer se tivesse iniciado antes o usos do contraceptivo poderia hoje, ter sido mãe mais tarde como ela mesmo revela, “ Não usava.Acho que se tivesse mais incentivo e esclarecimento, talvez não tivesse meu primeiro filho aos 20 anos”, salienta reforçando a tese de que deveria ter planejado a gravidez.

Controlando sua fertilidade a mulher passou então a decidir também o momento exato de entrar para mercado de trabalho.

Ao longo das décadas a mulher aumentou o seu grau de escolaridade e passou a dar prioridade a sua carreira, a invenção das pílulas retardou bastante a hora de ser mãe. Independente financeiramente, mais instruída, a redução no número de filhos diminui gradativamente com o passar dos anos. 

Dados do IBGE de 2008 retirados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) revelam que a taxa de fecundidade do país, neste período, registra o menor grau na história chegando a 1,89 filho por mulher, quando em 2007 o índice era de 1,95 filho por mulher. Assim como a mulher a pílula também evoluiu. As primeiras pílulas fabricadas tinham doses altíssimas de hormônios que ocasionava vários efeitos colaterais, assim não ganhou grandes usuárias.

Pesquisas dão conta de que no Brasil a pílula anticoncepcional começou a ser vendida em 1962 e só em1978 o governo começou a distribui a pílula de forma gratuita.
Somente nos anos 70 foi lançada a segunda geração das pílulas, nos anos 90 nasce a terceira geração das pílulas, desta vez com doses de hormônios bem mais reduzidos do que os anteriores. 

Encontrada em qualquer drogaria com preços bastante variados, distribuída gratuitamente pelo governo, a pílula é usada atualmente por mais de 100 milhões de mulheres mundo a fora, principalmente, por ser considerado um dos métodos mais confiáveis de evitar a gravidez.

Confiáveis, porém não muito seguros pra outras questões relacionadas á saúde, segundo a funcionária pública e contadora, Maria de Fátima Medeiros, 34. Ela atenta para outra questão que coloca os cuidados preventivos à doenças sexualmente transmissíveis como um fator que deve ser priorizado entre as mulheres, além da gravidez. “A pílula como meio contraceptivo para evitar a gravidez é certamente a forma mais indicada, no entanto é preciso ter cuidado nas relações sexuais sem preservativo, pois pode ser surpreendido por doenças transmissíveis pelo sexo como a AIDS, por exemplo”, reforça.

Ano                           Pop. brasileira            População econ. ativa feminina*      Taxa fecundidade brasileira*
                                   (em milhões)*
Década de 70         93.139.037                             28,8%                                                               5,8 filhos
Década de 80       119.002.706                             33,5%                                                               4,4 filhos
Década de 90      146.825.475                             35,5%                                                                2,9 filhos
2000                       169.799.170                               -                                                                   2,3 filhos
2007                       183.987.291                             43,6%                                                            1,95 filho
* População recenseada no Brasil e taxa de fecundidade brasileira – dados do IBGE
* População economicamente ativa feminina – dados da Fundação Carlos Chagas

foto: site semprematerna.uol.com.br
Imagem: Wikimedia Commons

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